quinta-feira, 30 de agosto de 2012

O velho e bom feminismo

Protestos políticos de mulheres com seios à mostra anunciam que ainda há muito a conquistar


Manifestações feministas ensinam que as desigualdades não podem ser tomadas isoladamente; cenas de A Chinesa (1967), manifesto cinematográfico de Jean-Luc Godard




Mulheres do mundo inteiro foram guilhotinadas, conquistaram o direito ao voto, “queimaram” sutiãs, protestaram contra as ditaduras e o capitalismo, desafiaram as religiões, passaram a decidir sobre o momento de serem mães, tomaram as universidades, criticaram a ciência, inventaram novas teorias e campos de estudos, invadiram o mercado de trabalho, criaram leis para se protegerem contra a violência e passaram a ocupar altos cargos políticos em importantes países ao redor do mundo. São inúmeras e inegáveis as conquistas e, se as mulheres já conquistaram tanto, há quem possa argumentar que o feminismo perdeu a sua razão de existência.

As marcantes presenças tanto de mulheres quanto de bandeiras feministas em recentes mobilizações políticas ao redor do mundo parecem anunciar que ainda não se conquistou o suficiente. Os protestos de jovens mulheres em forma de invasões a eventos públicos com seios à mostra, como faz o grupo ucraniano Femen, e de marchas pelas ruas das grandes cidades do mundo, vestidas apenas com lingeries, autonominadas como Marchas das Vadias, revelam que o feminismo continua vicejante. Mas será que continua o mesmo? Que mensagem essas manifestações trazem sobre o feminismo no mundo contemporâneo, ao utilizarem o próprio corpo como instrumento de resistência às mais distintas formas atuais de opressão, tais como racismo, lesbo-homofobia, o capitalismo, os regimes políticos ditatoriais?

Simploriamente tomado como uma indesejável guerra entre os sexos, o ser feminista ainda carrega uma conotação negativa, supostamente antifeminina. Caudatário das revoluções do século 18, o feminismo pode ser caracterizado genericamente como uma ideologia política típica da modernidade, da qual decorre uma produção teórico-intelectual e uma prática política, ambas intensas e plurais, que vem se transformando ao longo dos anos. Compartilha, portanto, do ideário e do conjunto de valores iluministas como a centralidade do sujeito indiviso e universal, a racionalidade, a igualdade e a liberdade, que até hoje compõem o léxico da política no mundo ocidental. Importa destacar que a essa concepção de sujeito iluminista corresponde uma identidade, compreendida como coerente, fixa e que é central na constituição do indivíduo moderno.

Em diálogo com esse conjunto de valores, o feminismo – entendido como uma ideologia política – constituiu-se historicamente a partir da formulação de uma identidade coletiva e de um projeto de vida em sociedade particulares. Eles baseiam-se na suposição de que todas as mulheres, universalmente, compartilham experiências de opressão e interesses de transformação desta condição, oriundos do fato de terem nascido com as marcas corporais de fêmeas da espécie humana. Logo, o projeto político feminista implicaria na resistência a um poder que domina e oprime as mulheres, emancipando-as. Criar-se-ia, assim, uma nova identidade coletiva para elas, marcada pela liberdade e pela igualdade, o que redundaria em outra forma de vida em sociedade. Foi assim que o feminismo investiu a categoria social mulher – tomada a partir de uma concepção identitária baseada no aparato biológico, no corpo feminino – de um estatuto particular, tornando-a seu maior patrimônio político.

O feminismo, no entanto, não é um bloco homogêneo. Há, ao longo de sua história, relevantes marcos, diferentes perspectivas sobre seu sujeito e seu projeto políticos e formas variadas de expressão e mobilização, o que constitui a riqueza dessa ideologia a ponto de se reivindicar referi-la no plural. Mais ou menos consensualmente, entende-se que o feminismo teve seu primeiro grande marco mobilizatório em torno da igualdade entre homens e mulheres. Ao enfatizar direitos e possibilidades iguais para ambos os sexos, a tradição igualitarista caracterizou predominantemente o feminismo desde seu surgimento, que tem como uma referência a “Declaração dos Direitos da Mulher e da Cidadã” de Olympe de Gouges, escritora e revolucionária francesa guilhotinada em 1793, até as mobilizações femininas pela igualdade entre homens e mulheres pelo direito ao voto, do início do século 20, movimento conhecido como Sufragismo.



Após esse período, há um arrefecimento das mobilizações feministas, que recrudescem somente nos anos 1970. Instigado pelos escritos existencialistas de Simone de Beauvoir sobre a condição da mulher, o novo feminismo institui um outro paradigma contestatório em torno da identidade feminina. Tal identidade é compreendida como una, imutável, coerente e marcada pela opressão, que se origina na particularidade do e se manifesta no corpo das mulheres. São corolários desse paradigma a compreensão de que as mulheres compartilham de uma realidade separada e radicalmente distinta da realidade masculina, de que o poder emana dos homens sobre as mulheres, de que os sistemas de dominação são transculturais e trans-históricos e estão imiscuídos aos modos de produção e de reprodução sociais. É também por meio desse paradigma identitário que o feminismo promove uma contundente problematização e consequente politização de arenas da vida social nunca antes questionado como a família, a sexualidade, a vida doméstica em todas as suas dimensões e, sobretudo, a subjetividade. Contudo, não tardam as críticas à forma como a identidade feminina é compreendida e defendida neste novo feminismo.

É dos movimentos pós-coloniais, de mulheres negras, lésbicas e de juventude que surgem as críticas à perspectiva predominante do novo feminismo. Essas outras experiências de exclusão anunciam que o novo feminismo pretensamente universal é, antes, situado. Ele é ocidental, branco, heterossexual, adulto, letrado e de classe média. Essas perspectivas encerram, também, uma crítica sobre universalização do quadro ideológico do poder e das relações de poder do pensamento ocidental. No bojo dessa crítica é que a noção de identidade feminina, que alimenta esse paradigma, passa a ser desconstruída. Sua contestação passa pelo questionamento da sua universalidade, da sua fixidez e, sobretudo, da própria noção de corpo como base biológica e material incontestável da identidade.

O sujeito da política, a identidade e o corpo passam a ser relativizados, tornando-se contextuais e contingentes. Propugna-se a complexificação dessa identidade a partir da incorporação e da articulação de marcadores sociais da diferença como gênero – a grande categoria política e analítica que deu o pontapé inicial ao processo de questionamento da fixidez identitária – raça, sexualidade, classe, religião, nacionalidade, entre outros. Como conseqüência desse conjunto de desafios críticos ao novo feminismo, tem-se a pluralização das suas possibilidades mobilizatórias e, também, das perspectivas feministas na contemporaneidade.

É neste contexto que podem ser compreendidas as recentes manifestações das feministas ucranianas do Femen que, com seus seios à mostra, protestam, ao mesmo tempo, contra o abuso dos corpos das mulheres pela prostituição e pelo turismo sexual e contra as ditaduras remanescentes na Europa oriental. É também nessa nova chave compreensiva que a Marcha das Vadias questiona a persistente banalização das violações sexuais das quais as mulheres são vítimas e também o racismo, a homofobia, a desigualdade de acesso ao poder e de salários entre homens e mulheres e o modo capitalista de vida que promove o consumo como signo de cidadania e destrói o meio ambiente. Tais manifestações feministas nos ensinam que as matrizes de desigualdades não podem ser tomadas isoladamente; antes elas são intrinsecamente associadas.

E o que dizer, então, do feminismo como ideologia política da contemporaneidade? Ao que parece, ele vive em um paradoxo. Os dois exemplos de protestos feministas acima mencionados colocam em evidência, novamente, o corpo feminino. Anunciam que, mesmo em tempos em que ser mulher não é mais exclusivamente definido pela materialidade da biologia, o corpo feminino ainda é onde se manifesta tanto a opressão quanto a resistência a ela. Essas mulheres insistem em nos fazer ver que é necessário lembrar que o seu corpo é o seu território, sobre o qual nem o Estado e nem as Igrejas devem ter ingerência. Mostram, com isso, que há muito que transformar no conjunto de valores relativos ao imaginário sexual que estão disponíveis na nossa cultura e que são predominantemente compartilhados, as nossas convenções de gênero.

Ao mesmo tempo, no entanto, elas sugerem que há algo na própria constituição da ideologia política feminista e nas suas formas de resistência que também necessita ser transformado, dada a persistência das mesmas violações às mulheres e ao feminino. Talvez o desafio contemporâneo para o novo feminismo seja a possibilidade de se constituir prescindindo do seu grande patrimônio político, as mulheres, como o seu sujeito político. Estamos, pois, à espera de uma nova inflexão para o feminismo contemporâneo.


Por: Alinne Bonetti, antropóloga, professora do Bacharelado em Estudos de Gênero e Diversidade (BEGD), do Programa de Pós-Graduação em Estudos Interdisciplinares sobre Mulheres, Gênero e Feminismos (PPGNEIM) e pesquisadora do Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher (NEIM), Universidade Federal da Bahia (UFBA)

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Lingerie à mostra: saiba como usar e arrase!


Deixar aparecer, propositalmente, uma parte do sutiã, é super estiloso e, sabendo fazer direitinho, é possível deixar o visual mais sexy.

Essa brincadeirinha feminina não é nova, não. Moças antenadas do mundo inteiro já fazem isso há muitos anos! Em um post anterior, inclusive, postei fotos de como usar sua lingerie de forma que a mesma fique à mostra. Obviamente, para deixá-la à mostra, a lingerie tem que ser bonita. Por favor, meninas, não apareçam circulando por aí com alças de silicone aparecendo. É um crime!
Nesses conjuntinhos de algodão, o detalhe está nas costas, em estilo nadador, com lacinhos de cetim.




As lingeries mais indicadas para aparecerem são as mais trabalhadas: as que têm alças de renda, ou de tecido com algum enfeite delicado, por exemplo. Existem inúmeros tipos e a Monde Privé os conhecem muito bem. Vejam só:






Esse conjunto é igualzinho ao usado pela modelo ao lado. Reparem que o bojo é liso, para não aparecer, enquanto as costas...





 
Fiquei sabendo que a personagem da atriz Natália Dill, Débora, usa e abusa desse recurso na novela Avenida Brasil e fui conferir. Achei bem legal o estilo da moça, conhecido como “boho”, uma espécie de "hippie chic".


Estilo bojo, mais conhecido como "hippie chic"


Mas não são só as meninas que curtem o estilo hippie chic que podem mostrar sua lingerie, não. Camisas de seda comportadas também podem ficar interessantes com um sutiã escuro ou corset estampado por baixo, deixando as moças que preferem um visual mais simples e elegante lindíssimas também, como na foto abaixo.


http://2.bp.blogspot.com/-Tt0CfvIdsF0/T67I-wRht1I/AAAAAAAAAbM/u1AGiCqcL8Y/s320/Sem+t%C3%ADtulo.jpg
Blusa elegante com gola, e detalhe sexy e sutil nas costas, com sutiã largo de renda.


Um detalhe importante: As roupas devem sempre ser larguinhas, para que o resultado seja sutil. Nada de roupas grudadas e lingerie à mostra, OK.



quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Essa é a minha história: A rachadura


"Para esclarecer um ponto da história, você precisa saber que os meus pais me chamavam de Betsy, um apelido para o meu nome do meio, Elizabeth. 

O fim para nós, como uma família, chegou ao final do verão de 1973, o qual seria a nossa última viagem de acampamento juntos.

Dava para sentir o fim chegando. Nossos acampamentos já nos levaram a noites em claro e gloriosas viagens de duas semanas ao Canadá, mas nos últimos, nós só chegamos até uma propriedade de um amigo de meu pai, em Michigan. A pescaria até que era boa por lá, mas já não era tão divertido e excitante como antes.

Depois que o desânimo do acampamento de 1973 passou, minha mãe sugeriu uma viagem de fim de semana para Acres Amish, no norte de Indiana. Eu não me lembro daquele final de semana em particular, apenas tenho memória da foto que minha mãe tirou de nós, alinhados e encostados no carro, depois de termos colocado as malas de volta no carro para irmos para casa. 


"Foi quando eu soube que era o fim" minha mãe disse depois, apontando para a foto que retratava três adolescentes mal-humorados e um homem velho com aparência confusa.

Pai está em seu uniforme usual azul claro de poliéster, uma camisa branca de manga curta e um boné de aba larga. À sua esquerda está Andy, 18, em jeans e uma variedade de listras à la Beach Boys em sua camiseta. Mechas de uma franja escura e grossa atravessavam seus óculos, atrapalhando um pouco sua visão. David, 17, é mais difícil de descrever. (Estou fazendo essa descrição de memória, porque a foto está na casa de minha mãe, na Flórida). Ele deve estar usando jeans, botas surradas, uma camiseta. O que eu vejo claramente são seus espessos óculos e seu cabelo castanho e volumoso enrolando sobre o colarinho. Enquanto Andy se esforça para parecer um surfista, David faz mais o tipo rock-and-roll.

À esquerda de David estou eu, no auge dos meus 16 anos. Estou vestindo o uniforme que adotei depois de assistir "Billy Jack" inúmeras vezes, que é uma calça boca de sino jeans e uma camisa grande de cambraia, para fora da calça. No meu pulso tem uma pulseira de couro grossa (elas eram grossas para proteger seus pulsos caso você entrasse em uma briga de faca). Meu cabelo é tão espesso quanto o de David, só mais vermelho e tão longo que chega quase até a cintura. Na minha testa, uma tira de couro fina amarrada. Eu me visto o máximo como uma hippie que minha mãe permite.

Essa viagem de acampamento, em que não havia nada a fazer a não ser comprar a manteiga de maçã na loja de Amish, foi o fim de nossas tentativas de fazermos qualquer coisa juntos. A partir de então, nós apenas tentamos sobreviver um ao outro.

Quando nos tornamos adolescentes, o nível de decibéis na casa aumentou consideravelmente. Minha vitrola competia, incansavelmente, com o som estéreo da família. Dave e Andy mudaram para outro quarto. Além disso, Dave começou a tocar numa banda de rock que, às vezes, praticava no porão. Andy tinha sido matriculado em uma escola particular de alto nível e vivia estudando, o que, de alguma forma inexplicável, também era um processo barulhento. Andy passou e exortou em seu estilo de fala estranha. Mãe berrou da cozinha, ajustando seus decibéis para alcançá-lo, enquanto ele andava de um lado para o outro no corredor. Isso tirava meu pai do sério. Pai tinha esperanças de Andy seguir carreira de advogado, mas essas declamações vacilantes de Andy revelavam, para ele, sua total falta de talento para os tribunais.

Como a família havia mudado! Nós não éramos mais aquelas pessoas que se apertavam no carro, ansiosos para fazermos alguma coisa divertida juntos. Agora Mãe só trabalhava, chegava em casa, fazia o jantar, e assistia a um pouco de TV ou, às vezes, costurava alguma coisa. Dava quase para ouvi-la dizer "Eu não posso fazer nada com essas pessoas", e virar sua atenção para outra coisa. Pai não era mais o mesmo também. O staccato de sua digitação matinal, que vinha de seu escritório no porão, parou de encher a casa.

Durante os meses seguintes, Pai apresentava seus diferentes lados: às vezes o velho brincalhão, com mais frequência o homem desaparecido, alternando com o sargento irritado. Eu já não o acompanhava em seus passeios; eu chamava a atenção dos homens agora. Ele fez novos amigos saindo com os "Old Dogs", o seu quarteto da barbearia, e também através de Joe, o encanador, e um ex-Hari-Krishna. Às vezes, ele arrastava a minha mãe com ele à noite, para beberem em algum novo bar em Carmelo.

Durante o fim do inverno de 1972 até a primavera de 1973, meu pai desenvolveu um padrão de eleger um determinado problema, fixar-se a ele e perseverar até que o mesmo fosse resolvido à sua maneira. Vou explicar: num episódio que envolveu os gatos, o Beowulf e o Thomas de Aquino, eu até hoje não sei o que aconteceu, mas meu pai cismou com eles por alguma razão e, num belo dia, os colocou no carro e essa foi a última vez que os vi. Mas o que me fez ficar contra ele foi o episódio da letra B. Meu namorado Bob e eu mergulhamos nas lixeiras de Nora Springs para pegar aquela letra. "B de Bob, B de Betsy," ele disse quando me presenteou com a letra que achamos. Eu a pendurei na parede do meu quarto, ao lado da janela. Meu pai decidiu que isso era um problema e, mesmo mantendo a porta do meu quarto fechada, para que a visão da letra B pendurada não o incomodasse, ele não parou de me perturbar sobre o assunto. Finalmente eu entreguei a letra B ao meu pai, e a mesma teve o mesmo destino dos gatos.


Um dia antes do final do verão de 1973, pai chegou em casa com um velho Cadillac dourado, tão grande quanto um barco. Ele deve ter comprado com um de seus amigos. Era muito maior, mas não mais estranho do que algumas de suas aquisições, que ele trazia para casa naquela época. Mal comprou o Cadillac, ela bateu com o carro. O Cadillac foi rebocado até a nossa garagem e meu pai, ao Hospital San Vicent. Minha mãe ligou para nós três para dar a notícia. Deve ter sido a coisa mais difícil que ela já teve que fazer.

Ela nos disse que ele tinha bebido, pois eles estavam mantendo-o na “ala dos alcoólatras".

Entramos no carro, chegamos ao hospital, fomos da enfermaria, cheia de homens cinzentos em roupões de banho, para o nosso homem cinzento em roupão de banho particular, Não me lembro de nada do que foi dito naquele dia.

Depois ele se mudou para o Motel Carmelo. Quando ele voltou para casa, duas semanas mais tarde, trouxe consigo um balde plástico de gelo do motel, nos matando de vergonha. Por que ele quis trazê-lo pra casa? Ele levou o balde para sua cama. Nós paramos de fazer barulho na casa. A banda não ensaiou mais. Seu diagnóstico de alcoólatra se transformou num diagnóstico de maníaco-depressivo. Meus irmãos se mantinham tão longe quanto podiam, assim como eu. Como Mãe conseguiu nos juntar no final do verão para aquele último acampamento, ainda é um mistério para mim.

Naquele outono, Dave seguiu os passos de Andy até a faculdade. Mãe se ocupou de todo tipo de trabalho e evitava a todos nós. Eu fui para o segundo grau e trabalhava no quiosque Can-Do no shopping, e saía à noite com os meus novos amigos hippies de Indianapolis.

O fim do fim, anunciado por aquela foto de acampamento, havia chegado. Como uma família nós estávamos liquidados. Eu estava livre para ir."

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Livro sugere a traição como a chave para um casamento feliz

Monogamia pode não ser a resposta para um casamento feliz (Foto: iStock) 


O novo livro da cientista social Catherine Hakim traz à tona um assunto no mínimo polêmico, tanto para homens quanto para mulheres. "The New Rules: Internet Dating Playfairs and Erotic Power" ("As novas regras: namoro pela internet, ‘playfairs’ e o poder erótico") traz em suas páginas a teoria de que ter um caso extraconjugal pode, na realidade, ser a chave para melhorar o relacionamento a dois. 

Para quem se perguntou o que significa a palavra ‘playfairs’ no título da obra, o termo diz respeito aos novos tipos de casos amorosos mediados pela internet, típicos do século 21. Esse tipo de interação, segundo o livro, pode ser a solução para os altos índices de divórcio (observados principalmente na Grã Bretanha e nos Estados Unidos).

Hakim chega a comparar o sexo extraconjugal a uma refeição em um restaurante. “Apesar de, na maioria das vezes, nos contentarmos em comer em casa com nossos companheiros e companheiras, nada nos impede de fazer algumas refeições em restaurantes com diferentes culinárias e ambientes, na companhia de amigos e colegas”, explica ela.

“Qualquer pessoa que rejeita uma nova abordagem para casamento e adultério, com uma nova gama de regras regendo esses tipos de relacionamento, não reconhece os benefícios de uma vida sexual revitalizada e fora de casa”, completou Hakim, sobre sua teoria.

Catherine ainda diz que a idade média para o adultério é de 45 anos para as mulheres e de 55 anos para os homens. A cientista, no entanto, não aconselha os amantes a deixar o traído ou a traída descobrir sobre o caso. Ela garante que a primeira regra para ter um relacionamento fora do casamento é nunca sequer iniciá-lo se ele corre o risco de exposição.

A escritora , contudo, não foi pioneira em suas ideias. Outros sociologistas já defenderam traição e casamentos abertos antes, mas muitas pessoas já testemunharam também as consequências negativas que esse tipo de situação trouxe para relacionamentos. Alguns grupos de sociologistas e teóricos ainda acreditam que o impulso de trair é natural para o sexo masculino, sendo parte de sua natureza e inevitável, não importa o quanto o indivíduo ame sua parceira. Para eles, os homens separam o relacionamento físico do afetivo, sendo possível trair com o corpo sem trair com o coração.

O tema ainda é muito polêmico e depende da opnião pessoal e da dinâmica de cada casal. Então, cabe a cada um responder a pergunta de acordo com suas próprias crenças e convicções: o adultério é realmente o segredo para um casamento feliz?



Por Laura Bugelli

terça-feira, 14 de agosto de 2012

Pés quentes ajudam a ter orgasmos mais intensos




“Um estudo holandês mostrou que as mulheres têm uma probabilidade quase 30% maior de chegar ao orgasmo se seus pés estiverem quentes”. Parece mentira mas é verdade! O site Terra Mulher discutiu o assunto com a ajuda de sexólogos, veja tudo abaixo!

Aumente a temperatura: para ter orgasmos mais intensos, não é só o calor entre os lençóis que conta. “Um estudo holandês mostrou que as mulheres têm uma probabilidade quase 30% maior de chegar ao orgasmo se seus pés estiverem quentes”, diz Dylan Thrasher, autor do livro How to Find and Create Lasting Love (Como encontrar e criar amor durável, em tradução livre). “Usar meias durante o ato sexual ou tentar uma massagem nos pés com óleos de massagem vai ajudá-la a chegar lá, disse.
Nem toda mulher tem orgasmos com facilidade. “Se está estressada, irritada, sentindo-se pouco atraente, pensando sobre a roupa, as crianças, trabalho, problemas de dinheiro, ou qualquer outra coisa da vida, as chances são mais difíceis”, explica Alyssa Dweck, autora do livro V is for Vagina. Por isso, o site Shape selecionou sete dicas para ajudá-las a chegar ao clímax. Confira a seguir.

Objetos e lubrificante: você não precisa ser um especialista em sexo para saber que as preliminares são a chave para chegar ao orgasmo. Por isso, não tenha medo de inovar com novos objetos para atingir o clímax. Além dos brinquedos, intensificar a lubrificação também pode ajudar. “Por alguma razão, as mulheres tendem a ter medo de usar lubrificante”, disse a sexóloga Shanna Katz. Especialistas explicam que qualquer mulher pode usá-los, até mesmo as mais jovens, para tornar o sexo mais prazeroso.

Fortaleça os músculos: não, a ideia não é ir à academia, mas trabalhar com o grupo muscular do órgão sexual feminino. Os exercícios de Kegel, que consistem nos movimentos de contração e descontração, fortalecem as paredes pélvicas e geram espasmos mais fortes durante o orgasmo. O ideal é repetir o movimento 10 vezes, pelo menos três vezes ao dia. E o melhor, você pode fazer isso em qualquer lugar e ninguém vai descobrir.

Aumente a temperatura: para ter orgasmos mais intensos, não é só o calor entre os lençóis que conta. “Um estudo holandês mostrou que as mulheres têm uma probabilidade quase 30% maior de chegar ao orgasmo se seus pés estiverem quentes”, diz Dylan Thrasher, autor do livro How to Find and Create Lasting Love (Como encontrar e criar amor durável, em tradução livre). ”Usar meias durante o ato sexual ou tentar uma massagem nos pés com óleos de massagem vai ajudá-la a chegar lá”, disse.

Conexão entre corpo e mente: o prazer sexual é mais “emocional” para as mulheres que para os homens. “As pessoas dizem que o cérebro é o órgão sexual mais importante e por boas razões. É fundamental acalmar os pensamentos irritantes que interrompem momentos íntimos”, afirma Dylan Thrasher. Por isso mesmo, além de ter uma conexão com o parceiro, também vale imaginar fantasias sexuais e ler um conto erótico para ativar a mente e deixar o clima mais quente.

Explore os sentidos: não vá direto ao ponto. Que tal sugerir um jogo para aguçar os cinco sentidos? Pode ser uma massagem suave com óleo levemente perfumado, venda nos olhos, penas, cetim, vela e qualquer outro objeto que explore os sentidos. Acredite, essa brincadeira faz toda a diferença na hora H.

Finja até que se torne real: não, não estamos falando para você fingir que tem orgasmos. Mas “fazer de conta” que sabe o que está fazendo na cama ajuda a aumentar a confiança e, consequentemente, torna o orgasmo mais intenso. “Mesmo se você não tiver certeza sobre experimentar um novo movimento ou posição, concentre-se na respiração e pense que você terá o melhor momento da sua vida!”, aconselha a sexóloga Shanna Katz.

Não esqueça as zonas erógenas: segundo Ava Cadell, fundadora da Universidade Loveology, as pessoas deixam de ter orgasmo por não explorar as zonas erógenas.  Para as mulheres, apenas o fato de acariciar os mamilos libera ocitocina, popularmente conhecido como hormônio do amor, ajuda a atingir o orgasmo.


Por: Terra Mulher
Fonte: http://mulher.terra.com.br/

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Essa é a minha história - "Gravidez crônica"


Essa é a história de Engraçadinha que, logo após uma cirurgia plástica que a deixou maravilhosa, se descobriu grávida do terceiro filho. Confiram:


" Quando a necessidade se fez, desesperei, descabelei e achei que ficaria rica e famosa se contasse ao mundo que 3 meses após uma plástica que me deixou gostosa, engravidei de uma menina. Tsc, tsc, tsc. Bom, ao menos rendeu um ótimo livro.

A essa altura do campeonato, tudo que eu não esperava era ser mãe de novo!
Estou sendo sincera. Absolutamente sincera.
Eu não fui daquelas meninas santinhas casadoiras, mas do meu grupo de amigas, fui a primeira a juntar os paninhos de bunda.
Nunca fui do tipo maternal, mas desse mesmo grupo, fui a primeira a ter filho. Depois outro filho... e agora, mais outro filho.




Esse outro filho ainda está ecoando aqui dentro do meu cérebro.
Tipo... hallooou?! Eu acabei de fazer uma plástica! Vai arrebentar tudo.
Claro, não posso ficar pensando nisso, nem me apegar ao que pode não dar certo pra mim. Em todo caso, quando se tem uma notícia dessas, observar os obstáculos antes de sair pulando de felicidade, é a primeira reação q se tem.

Então vamos a eles:
1- Estou pagando uma uma cirurgia plástica em 24x que mesmo depois que meu terceiro filho nascer, eu ainda estarei pagando, porém o resultado estético será de perda total;

2- Ainda não botei aquele biquini quase pelada que tanto sonhei;

3- Pode ser que seja menina dessa vez, pois eu já tenho 2 meninos;

4- Como Murphy não dorme, terei de fazer um novo enxoval caso seja menina;

5- Meu apartamento só tem 2 quartos e 1 deles já é ocupado por 2 meninos;

6- Estou totalmente sem tesão e muuuito enjoada;

7- Meu senso de humor foi pro caralho e eu não estou com vontade de falar com ninguém sobre nada. Digitar ainda é um bom negócio, mas a minha vontade é de ficar muda e invisível até meu enjôo passar!



Depois dos obstáculos pulados e vomitados devidamente, vamos as partes boas!

1- Apesar dos anjos serem uns sacanas e fazerem umas brincadeiras de mau gosto que só eles entendem, sei que essa criança será muito amada;

2- Essa criança já está sendo amada lá em casa e Pacotinho me fez chorar ao falar com aqueles olhões lindos: Mãããe e dessa vez eu nem pediii!;

3- Pacotinho já sabe q foi papai que botou a sementinha aqui dentro. Então, será menos uma conversa sobre sexo q terei;

4- Estão todos felizes e apesar de ter vomitado algumas vezes nesse fim de semana, percebi que até Cabeça de Bolinha está mais comportado. Agora, quando eu brigo com ele, ele pede colo pro irmão e diz: Pesaaado, pesaaaaado! (se referindo ao próprio peso);

5- Pacotinho vai poder pegar o bebê no colo, mais do que da outra vez! Agora ele aguenta;

6- Se eu não me mudar prum apartamento maior, vou empilhar os meninos - Palavras de Engraçadão;

7- Se for menina, finalmente será Lourdes e se for menino, Arthur. Chega de nome composto que na hora da briga, o que sai não dá nem pra repetir!

8- Finalmente eu me tornarei uma garota de programa, Engraçadão michê e os meninos venderão limão no sinal em frente ao mercadinho;

9- A família continuará mais esquizofrênica do que nunca, no entanto mais feliz. Já dizia minha Vó Lourdes, que Deus a tenha: Onde comem 4, comem 5!

10- Eu vou ligar as trompas! Engraçadão vai dar nó no pinto e nunca mais faremos sexo!

Brincadeiras à parte, eu sei que existe algum propósito nessa gravidez.
Falei errado no outro post. Eu fazia coito interrompido há quase 15 anos (completados no dia 30 de Setembro deste ano).
Quando engravidei dos meninos, NÃO FOI USANDO ESSE MÉTODO!

Então só posso concluir, que essa criança foi mandada pelo povo lá de cima que precisava urgentemente da minha ajuda e como eu não sou de fugir do bom combate (ao menos não dormindo!), na hora daquela reunião no astral, eu devo ter levantado os dois braços gritando: EU, EU, EU! ME ESCOLHE, ME ESCOLHE!

Louca eu? Muito provavelmente.
Por isso, peço que se me encontrarem no astral, em alguma reunião dessas, façam-me um favor: me amarrem, me amordaçem e me dê um mata-leão para evitar qualquer tipo de surpresa.

Seguindo a linha absolutamente sincera way of life, posso dizer que tem uns 4 dias que estou curtindo a minha gravidez. Sexta, sábado, domingo e segunda. Mais exatamente, posso dizer que estou feliz.

É, eu não estava feliz antes.
Primeiro por conta da responsabilidade q é uma gravidez, depois porque aborto é coisa que não faço, porque sei que tudo na vida tem consequências; depois porque tem um negócio chamado dinheiro nesta vida e outra, que não queria mais ser mãe. Ou achava q não queria.

Vc descobrir que não se governa, q não é totalmente dona do seu destino, quando acredita piamente q o é... foi das coisas mais difíceis que eu enfrentei. E foi bem numa época em que estava bombando no trabalho, estava me divertindo horrores, estava amando loucamente, fodendo muito também... me sentindo plena com meu corpo finalmente... então deve ser por isso que eu levei os 9 meses para aceitar que estava grávida de novo.

Nem é tanto por esperar uma menina, é a questão de gestar mesmo. A idéia de ter outra criança aqui me ensinando e me dando amor, é uma idéia que me alegra; eu só não queria passar por toda a odisséia de novo.

Mas agora eu estou feliz. Amanhã ela chega e eu estou imaginando seu cheirinho, seu rostinho, sua pequenez e como eu vou ficar totalmente embriagada pelo seu amor.

As pessoas não sabiam como eu estava. Eu nem tenho vergonha de falar sobre isso, porque aprendi a assumir meus atos desde muito cedo e a não ter vergonha de ser o q sou, independente das opiniões. Além de odiar hipocrisia desde sempre. Então eu vinha bebendo todos os dias e quase que diariamente usando drogas ilícitas de teor proibido também. A ponto de apelar pra Ypioca com suquinho quando acabava a cerveja. Na verdade eu só respeitava os domingos e dias santos.

Eu não quero mais ficar assim. Quero o caminho do meio. Por amor e respeito a mim e aos meus filhos. Daí eu chamar de muleta. Não pensem q eu vou virar uma chata, careta e moralista. Claro q não! Só acho q vc fazer rotina de qualquer hábito q seja, chega uma hora q enche o saco.

Então o caminho do meio significa beber com os amigos, tomar choppinho no fim de semana, de repente usar sim minhas drogas ilícitas de teor proibido se bater a onda de usar, mas não mergulhar em tudo isso. Essa postura só leva a uma coisa: doença. E a Engraçadinha junkie, agora reconhecendo, já estava me dando no saco.

Daí que eu posso olhar pra trás agora e ver que esses 9 meses de cara limpa foram absolutamente para o meu bem. Que Deus, usa de duas formas pra ensinar a gente: ou pela dor, ou pelo amor. No meu caso, Ele foi generoso e me mandou um amor pra me fazer repensar minha postura. Já conheci e aprendi pelo meio da dor e galera, posso jurar pra vcs de pé junto q DÃO É LEGAL! É a pior forma. 



Então, hoje eu estou muuuito feliz, porque amanhã é o grande dia.
Amanhã é o dia em que vou conhecer uma grande mulher, um grande espírito que veio me salvar, me mudar pra melhor e me dar tanto amor quanto eu preciso.

Lourdes está chegando."

sábado, 11 de agosto de 2012

Lingeries e corsets de luxo com até 70% off

Olá meninas!

Atendendo a pedidos (muitos pedidos!), a Monde Privé e a Grife Corsets Munira's estão juntinhas novamente, para mais uma edição do Super Bazar de lingeries e corsets.

Como da vez anterior, é necessário confirmar presença através do e-mail mondeprive@gmail.com.


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Venha e chame as amigas para uma tarde muito agradável. 


Não esqueça de confirmar sua presença para poder participar do Bazar, OK.


Dia 18 de agosto, no Rio de Janeiro.

                                          Nos vemos lá! 

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Essa é a minha história - por Ignez Madrid


Essa é a história de Ignez Madrid, aos 18 anos de idade. Confira!

"Aos 17 anos meus pais passaram por uma separação muito dolorosa, que acabou respingando em mim e em minha irmã, que na época tinha 20 anos.
Eu e minha irmã sempre fomos muito diferentes, personalidades quase opostas, e sempre fomos muito amigas.  Ela sempre foi muito racional, observadora, e introspectiva. Eu, por outro lado, era a irmã passional, aventureira e extrovertida. Durante nossa adolescência eu namorei muito mais, saí muito mais, me diverti muito mais e, certamente, cometi muitos mais erros.
Um dia, saindo da praia, nós conhecemos dois rapazes estrangeiros na faixa de seus 20 anos, que logo descobrimos serem franceses. Como eu e minha irmã falávamos Francês muito bem (nosso pai era Francês), conversamos um pouco enquanto esperávamos o ônibus para casa. A conversa estava muito animada. Um dos rapazes se encantou pelo meu jeito e o outro, pelo da minha irmã. Nos convidaram, então, para passarmos o final daquele dia com eles, visitando alguns pontos turísticos. Obviamente minha irmã disse que não, e eu que sim, mas, depois de uma rápida discussão em Português, ela concordou em me acompanhar.
Passamos um dia maravilhoso, muito divertido. Fiquei feliz de ver que minha irmã se divertia também.  Estávamos em plena sintonia, os quatro jovens, e marcamos de beber um chopp e sair para dançar naquela mesma noite.  Fomos para casa, eu e minha irmã, e os rapazes voltaram ao hotel onde estavam hospedados. À noite nos encontramos novamente e nos divertimos mais ainda do que durante o dia. Com tudo convergindo a nosso favor, eu me senti completamente apaixonada por um dos rapazes e acredito que recíproca era verdadeira.
No dia seguinte eles voltariam para a França, então trocamos telefones, nos despedimos e voltamos para casa (não que eu quisesse que a noite tivesse terminado dessa forma, mas por pura insistência da minha irmã).
Para minha surpresa, no dia seguinte recebi uma ligação do rapaz que estava apaixonada, dizendo que seu amigo havia embarcado, mas que ele não foi porque estava apaixonado por mim e não queria voltar ao seu país sem mim. Lembro como se fosse ontem a sensação maravilhosa de adrenalina que senti, que só as pessoas com espírito aventureiro sabem como é.
Dois dias depois eu embarquei com ele rumo à Paris. Não avisei a ninguém, simplesmente fiz minhas malas, peguei meu passaporte, e viajei. Durante o voo passei muito mal, acho que de nervoso por estar praticamente fugindo, largando minha mãe e minha irmã sem ao menos ter me despedido. Hoje sei que aquilo foi uma fuga pra mim, fuga da situação insustentável que tínhamos em casa após a separação dos meus pais. Eu não mencionei antes, mas minha mãe ficou muito deprimida com a separação, a ponto de não querer tomar banho, nem sair da cama, de forma que eu e minha irmã passamos a cuidar dela e de toda a estrutura da casa. Claro que já éramos moças e deveríamos saber cuidar de uma casa, mas sempre tivemos empregados, motorista, nunca tivemos que nos virar sozinhas de verdade até então.
Assim que chegamos em Paris, liguei para casa e avisei para minha irmã que havia decidido mudar de vida, que estava apaixonada, e que não pretendia voltar tão cedo. Pedi que avisasse a nossa mãe. Lembro que ela ficou muito triste, mas eu tinha toda uma nova vida para começar a viver, e não queria me preocupar com isso.
Passamos algumas horas em Paris e depois fomos a uma cidade bem menor, para a casa do meu amor. A cidade era linda, limpa, organizada, e eu me senti num filme, mesmo já tendo viajado para muitos países diferentes antes.
A onde meu amor morava era muito charmosa, mas fiquei um pouco decepcionada quando percebi que ele não morava sozinho, como havia me dito no Brasil. Na verdade, a casa não era nem dele, mas de uma família composta por uma senhora, um senhor (marido dela), o filho deles, que devia ter 20 e poucos anos e se vestia todo de preto. Perguntei a ele sobre aquela situação, e ele me disse que a casa era de seus pais adotivos, que o criaram junto com seu filho biológico, o tal cara que se vestia de preto. Achei estranho o fato dele não ter mencionado isso para mim no Brasil, e nem tampouco no longo voo que tivemos juntos, mas logo me distraí com minha vida nova. Meu amor me prometeu que aquela situação seria temporária, e que dentro de algumas semanas estaríamos morando numa casa só nossa.
Eu e a dona da casa nos dávamos muito bem. Eu a ajudava com as tarefas de casa durante o dia, ela me ensinava a fazer patchwork, que era uma de suas paixões. Seu marido trabalhava o dia inteiro e o filho biológico deles só aparecia em casa de vez em quando, dormia muito, comia um pouco, e sumia por mais alguns dias.  Assim foram passando os dias. Eu não fazia mais nada além de sonhar com a nossa casa e nossa vida juntos.
Numa manhã, acordei com os gritos de uma mulher e, apavorada, fui andando devagar até a sala. O que vi foi o cara de preto batendo numa mulher de cabelos loiros. Fiquei apavorada! Ao mesmo tempo em que tive o ímpeto de defendê-la, morri de medo daquele cara esquisito e violento. Alguns segundos depois, o pai dele apareceu em casa, separou a briga e o colocou para fora de casa. A moça de cabelos loiros estava toda macucada, com o nariz sangrando e a maquiagem, muito carregada, toda borrada. Tudo aconteceu muito rápido e naquele dia eu não quis mais sair do quarto. Pela primeira vez, senti um medo muito grande, de ter entrado num mundo bizarro, daquelas pessoas serem traficantes de drogas ou de mulheres, e todas essas coisas que a gente vê na TV. Quando meu amor chegou a casa, relatei a ele o ocorrido, chorando. Ele me disse que já sabia do ocorrido, me explicou que o filho biológico dos donos da casa era desajustado, estava envolvido com drogas e com pessoas de baixo nível, mas que aquele tipo de situação não era típico. Me deu um beijo e prometeu nunca agir de forma violenta comigo. Dormimos abraçados e eu me senti protegida.
Alguns dias depois, estávamos de mudança para nossa casa nova. Era pequena, sem muito conforto, mas era só nossa! Nossa, como eu estava feliz! Diariamente, quando meu amor saía para trabalhar, eu arrumava alguma coisa para fazer na casa – plantava flores no jardim, pintava as paredes, cuidava da decoração, alimentava os peixes. À tardinha eu gostava de me exercitar e corria em volta do quarteirão. Durante minhas corridas, comecei a observar as ruas e a ir cada vez mais longe, aproveitando para conhecer o lugar que morava. No entanto, numa tarde, fiquei completamente perdida. Durante horas corri, andei, mas as ruas já pareciam todas iguais e eu não havia tido o cuidado de anotar meu próprio endereço. Quando achei meu caminho de volta para casa, meu amor estava chegando do trabalho. Fiquei muito feliz ao vê-lo e fui correndo abraça-lo, mas quando ele me viu, toda suada e ofegante, me segurou pelos braços com força e me perguntou onde eu estava. Contei a ele o que havia acontecido, mas ele, de forma ríspida, me disse não acreditar e disse ainda que achava que eu o estava traindo. Disse ainda que se descobrisse que eu estava transando com alguém, que me mataria. Para mim, esse episódio foi ainda mais surreal do que o primeiro, porque aquele homem não era o mesmo homem que eu havia me despedido naquela manhã. Realmente não compreendia o que havia acontecido para que ele mudasse da água para o vinho daquela forma.
Naquela noite eu tomei um longo banho, tentando agregar algum sentido às coisas que estavam acontecendo, mas só consegui8a chorar. Deitei ao lado dele, quieta. Ele me abraçou e pediu perdão. Disse que perdeu a cabeça, que me amava muito e que ficou louco de ciúmes. Prometeu nunca mais agir daquela forma. Eu o abracei, mas o meu alerta começou a funcionar naquele momento.
Pouco tempo depois, descobri que estava grávida. Contei a ele a novidade e ficamos muito felizes! Eu tinha apenas 18 anos de idade, e ele, 22.
Nos mudamos para uma casa maior, em uma cidade muito, muito pequena. A sensação de estar sendo observada era constante. Muitas vezes eu passava e via pessoas cochichando. Não sabia seu estava ficando paranoica ou se aquelas pessoas eram estranhas. Comecei a ficar com muito medo. Me sentia presa. Não tinha amigos, nem vida social. Com frequência meu amor me dizia que chegaria mais tarde em casa e eu ia dormir sozinha. Numa dessas noites, ele chegou em casa com aquela cara que eu temia. A mesma cara que eu havia visto no dia em que me perdi. Nessa noite, ele me puxou da cama com muita violência, me colocou de joelhos no chão, com as minhas pernas abertas, jogou meu tronco na cama e segurou com força, e fez sexo anal comigo, à força. Lutei o quanto pude, mas não tinha a menor chance contra a força dele, ainda mais porque estava grávida. Eu nunca havia feito sexo anal antes, não por uma questão de tabu, mas simplesmente por nunca ter tido vontade.  Essa foi a minha primeira vez.  Quando terminou, ele saiu do quarto e foi tomar banho, e eu quase não tinha forças para levantar, porque minhas pernas estavam bambas e doídas, e eu sangrava e sentia uma dor enorme. Curioso foi que nessa noite eu não chorei. Deitei no sofá da sala, me cobri, e passei a noite olhando para a parede, contando o número de marquinhas que havia nela. Meu amor saiu do banho, deitou e dormiu.



Aconteceram alguns episódios em que ele ficava violento, e depois me dava flores e bombons, dizia que me amava e que não faria novamente. O que eu não sabia é que o pior ainda estava por vir.
Numa tarde melancólica e nostálgica, eu liguei para um amigo, no Brasil, com quem tinha (e tenho até hoje) uma amizade forte e antiga. Quando comecei a contar para ele o que estava acontecendo, meu amor chegou em casa, de surpresa, porque não era seu horário habitual de chegar em casa, me lançou um olhar fulminante e eu me senti coagida a desligar o telefone. Imediatamente ele me perguntou com quem eu estava falando e eu disse a ele que era um grande amigo meu, com quem eu não falava há muito tempo. Ele, então, me puxou pelos braços e me arrancou do sofá. Fiquei apavorada e implorei que ele não me machucasse. Ele me acusou de traí-lo, de ser uma puta, me jogou no chão do quarto, sentou-se sobre as minhas pernas e me bateu muito. Foi uma cena típica dos filmes hollywoodianos, com direito a tapas na cara, socos nas costelas e chutes – muitos chutes – na minha barriga (eu estava grávida). Durante um segundo, tive tempo de correr e ligar para a polícia, mas ele arrancou o telefone com fio e tudo. Desesperada, me tranquei no banheiro. Ele batia na porta, com muita força, dizia que eu não tinha para onde correr, que arrombaria a porta e seria pior. Naquele momento, eu tinha duas opções: ou abrir a porta e morrer de tanto apanhar, ou me jogar pela janela do banheiro, que era inteira e grande, ficar seriamente cortada, mas sobreviver. Achei a segunda opção melhor e já estava prestes a me jogar, quando avistei dois policiais chegando. A sensação que eu tive foi de felicidade plena. Havia a possibilidade de eu não morrer naquele dia!
Os policiais já entraram na casa e o algemaram. Fui, com outra policial, a um lugar que não me recordo ser uma delegacia, ou um hospital. Na verdade poderia ser até um circo, porque eu estava tão catatônica com toda aquela situação que não fazia a menor diferença. Lembro que me fizeram muitas perguntas e examinaram meu corpo, que já estava todo marcado. Ao redor do meu pescoço havia um colar preto, causado pelas mãos do meu amor tentando me enforcar.  Perdi o bebê, que estava morto dentro de mim. Tive que passar por um processo parecido com um aborto, para que o feto não ficasse dentro de mim. Lembro de rostos me olhando, de sangue entre as minhas pernas, de paredes brancas. Depois disso fui levada para um lugar onde só havia mulheres, algumas com filhos. Me disseram que, para minha segurança, eu não poderia ter o endereço de onde estava, nem o telefone. Não lembro quanto tempo fiquei ali, nem o que fiz nos dias em que permaneci ali, nem como saí de lá. Esse trecho da história foi completamente bloqueado na minha mente.
Hoje tenho duas filhas, moro no Brasil, e tenho uma vida muito boa. Fiz anos de terapia para me recuperar de todo o trauma por que passei e não me considero uma mulher traumatizada. Eu e minhas filas vivemos bem, temos muitos momentos felizes. A mais velha, que está com 14 anos, sabe dessa história.
Saí de casa com 18 anos de idade. Uma menina que se achava madura, pronta para enfrentar o mundo. Voltei uma mulher."

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Mulheres e lingerie - a visão masculina




Atenção meninas: eles prestam muita atenção na lingerie, sim, e foi-se o tempo que diziam que era melhor ver a mulher “sem nada”.
 
Para Regina Vaz, especialista em relacionamentos, a lingerie tem um papel essencial na vida feminina e atinge muito mais as mulheres do que eles. “Acredito que os modelos mais elaborados aumentam a autoestima da mulher: ela se sente mais poderosa, bonita, sensual e, com isso, mais ‘fogosa’. E o homem acaba sendo o grande privilegiado, que acaba correspondendo mais ao afeto da mulher. Resultado: o sexo fica mais gostoso.”

Nem tudo é poesia para os homens. Eles admiram (e muito) uma parceira vaidosa e bem vestida, mas reclamam de peças "que dão trabalho". “Pretas e vermelhas, com o menor tamanho possível, e que sejam fácil de tirar. As que possuem muitos adereços podem até ser bonitas, mas imagine eu, com aquele tesão provocado pela lingerie, e tendo de parar para retirar tudo aquilo? Aí não dá”, diz Jefferson Albuquerque, roteirista, 29 anos, de São Paulo.

Lingerie depende da pele e do corpo. Normalmente gosto das peças pretas bem decotadas, que valorizam as curvas. Mas se a garota for meio gordinha, as mais comportadas são bem-vindas, claro! E adoro essa combinação: pele branquinha com seda vermelha
Guilherme Fullmann, empresário, 34 anos, São Paulo
Cores mais pedidas
Preta e branca


Modelos mais desejados
Sutiãs trabalhados ou com bojo
Conjuntos com estampa de bicho
Fio dental simples
Fio dental trabalhado (com strass, por exemplo)
Renda ainda fascina


Observações inusitadas feitas por eles
Calcinha pequena é unanimidade
Bege nunca!
Seja o que for, tem de ser fácil de tirar


Regina Vaz ainda afirma: “Vale ressaltar que existem lingeries que foram feitas para serem usadas e outras para serem ‘tiradas’. Cabe a mulher saber separar qual o modelo mais apropriado para cada ocasião, mas sempre deve estar bela mesmo no seu dia a dia, para sentir-se e ser sempre desejada pelo parceiro. A maioria delas, depois de um tempo de casamento, se esquece disso. A paixão é como uma planta que deve ser regada diariamente!”.

Os cuidados ao escolher a lingerie
Carolina Fernanda Baeta, consultora de imagem de São Paulo, lista dicas para que a mulher escolha conjuntos que evidenciem sua beleza:


- lingerie apertada e marcando não é nada sexy
- atente para que as tiras do sutiã fiquem confortáveis nas costas
- invista em pequenos bojos com estrutura; esse tipo de peça deixa os seios no lugar e o corpo mais bonito
- escolha texturas e cores que não apareçam sob a roupa
- calcinhas devem acomodar direito o bumbum e o quadril, sem marcar e sem apertar as gordurinhas
- alguns modelos, como tangas, se usadas diariamente, podem marcar o corpo, porque pressionam sempre o mesmo local
- alças de sutiã aparecendo (como as de silicone) são deselegantes